30.5.08

O Inesquecível voô Jet Lynx

As feministas que me perdoem, mas esta campanha da Lynx, que conquistou Cannes em 2006, é extraordinária, aliás, como toda comunicação da marca. Conhecida no Brasil como Axe, há tempos usa como promessa de vendas o conceito clássico do segmento de perfumes: use nossos produtos e “ganhe” muitas mulheres. A criatividade porém, vem do formato inusitado dos comerciais que, independente do produto anunciado, é sempre divertido. A comunicação da empresa mexe com o infindável, universal e fértil terreno da sexualidade para promover, em cada lançamento, a renovação do tema – daí vem seu grande mérito – o conceito é o mesmo, mas as idéias são sempre inovadoras.

Entretanto, esta campanha das agências australianas Lowe Hunt e Universal McCann, com o pretenso “lançamento” das linhas aéreas Jet Lynx (metalinguagem?), ultrapassou limites – utilizou a mídia tradicional com maestria e foi além dela. Ganhou as ruas com suas sedutoras aeromoças distribuindo folhetos, sempre de microssaias e decotes generozíssimos; nos aeroportos, vôos foram fretados para as praias mais badaladas da Austrália e na internet, blogs e virais se espalharam por todos os cantos, levando ao extremo a idéia que, para conquistar o consumidor, é preciso realizar experiências únicas.

Por tudo isso, Jet Lynx é um dos melhores exemplos de Publicidade Viva que conheço. Se você ainda não viu a campanha acesse o link abaixo, mas se já conhece, sabe muito bem o quanto vale a pena embarcar neste voô – o serviço é de primeiríssima classe.

Outra boa experiência é navegar pelo site www.axe.com.br e ver como a marca direciona seu conteúdo para web. Há o Visionando, blog de Alex Hunter focado no universo masculino e recheado de dicas para conquista, link para o site da animação para adultos City Hunters – programa que colocou na TV o universo Lynx/Axe com desenhos baseados nos traços de Milo Manara, além de promoções, games e muito mais.

20.5.08

A Publicidade que Vive

A propaganda nossa de cada dia passa por um momento extremamente delicado. Se de um lado o avanço da web e das novas tecnologias influenciam as audiências da mídia tradicional, por outro, amparado pelo “politicamente correto”, a publicidade sofre grandes ataques. Em São Paulo, o extermínio da mídia exterior parece ter sepultado o outdoor, o frontlight, o busdoor, entre outras peças extremamente estratégicas para grandes e, principalmente, para médias e pequenas empresas. Na esteira desse ataque, veio a lei para a restrição das campanhas de bebidas que, se a princípio foi adiada, serviu para transmitir a idéia do "malefício" que a publicidade destes produtos causa à sociedade. Da mesma forma, os comerciais dirigidos ao público infantil também se veêm ameaçados e podem sofrer grandes alterações. E recentemente da Europa, surgem rumores para a restrição das campanhas de automóveis.

Mas afinal, a publicidade é o grande vilão dos dias atuais?

Na verdade, mais que um desafio, acredito que há um paradigma a ser enfrentado, nele se esconde a resposta para essa e outras perguntas. É o que chamo de Publicidade Viva.

A Publicidade Viva é aquela que tem a capacidade de funcionar como um organismo, ela nasce de uma boa estratégia de planejamento e cresce quando passa a interagir com o público que, mais que simples receptor de mensagens, lhe acrescenta vida própria. Com ela, a marca das empresas habita todos os lugares possíveis de uma forma dinâmica, não-linear, abrangente, significativa. A Publicidade Viva pode se multiplicar, procriando-se em diversos ambientes: em ações promocionais, marketing direto, degustação de produtos, feiras, postais, viral, camisetas, webmarketing, publicidade tradicional, em conversas de rua. Mais do que a pulverização de mídia, o que vale aqui é o conteúdo, o conceito das peças, pois, para ser de fato viva, o público precisa absorver as mensagens de forma imersiva, colocando-as naturalmente em seu dia-a-dia.

Entendida como um "ser vivo" que, para existir em determinado ecossistema precisa mostrar sua relevância, a publicidade e seu segmento profissional têm todas as chances de vencer as atuais e futuras batalhas. Ou seja, assim como ocorre na natureza, quem tiver capacidade de adaptação encontrará as condições para seu desenvolvimento, característica que, até agora, a publicidade demostrou ter de sobra.
E você? O que pensa sobre isso? Concorda? Não? Dê sua opinião e faça a diferença!!!